top of page

POSTS RECENTES: 

SIGA

  • Facebook Clean Grey
  • Twitter Clean Grey
  • Instagram Clean Grey

Eu sou paulista, meu!

  • Foto do escritor: dolllynn
    dolllynn
  • 31 de jul. de 2015
  • 3 min de leitura

Inevitavelmente nos primeiros posts de um blog a gente acaba falando das coisas que a gente mais gosta, e quando parei para pensar no que poderia escrever para o terceiro post a primeira coisa que me veio na cabeça foi: São Paulo. Talvez seja por conta das eleições e toda essa ansiedade que sinto em mudar as coisas e ver essa cidade melhor. Talvez seja porque ando lendo bastante notícia sobre nosso novo (e lindo) prefeito. Talvez seja porque hoje o dia tá nublado e gostoso. Talvez seja apenas porque eu amo São Paulo. Eu nasci aqui, nasci em São Paulo. Nasci em Moema, nasci de esquina com a Avenida Ibirapuera, e de lá fui para a Zona Leste, de lá eu fui direto para a Vila Formosa, entre o Tatuapé e o Jardim Anália Franco, que nessa época, nem existia ainda. Nasci e cresci aqui, na Praça Sampaio Vidal, na Avenida Abel Ferreira, na feira de domingo na Antonio Manograsso, no Mercado Municipal da Avenida Eduardo Cotching. Também cresci ali na Francisca de Paula na Vila Carrão que sempre foi sinônimo de família reunida e churrasco no domingo. Desde pequena sempre fui ao Centro com a minha mãe. Lembro-me bem que naquela época, costumávamos chamar o centro de “Cidade” e talvez fosse esse o motivo de eu achar que a República e a 25 de Março ficassem tão distantes da minha casa. Cada vez que íamos à Cidade era uma alegria, eu me preparava com a roupa mais confortável e um tênis bom para caminhada. Partia de mãos dadas com a minha mãe até o ponto de ônibus na Avenida João XXIII e pegávamos o ônibus elétrico sentido Praça da Sé. Sim! Um ônibus que anda pendurado em cabos, aquilo era sensacional. Chegávamos à cidade e caminhávamos pelas ruas todas iguais e com muita gente diferente, de todos os tipos, tamanhos, cores, roupas e cabelos. Almoçávamos no Mc Donalds que ficava na calçada, não tinha mesas e você apenas fazia o seu pedido e saia com o seu pacote, pacote que eu segurava enquanto esperava minha mãe comprar o Passe para o Metro, que às 17h00 da tarde de 1998 já era cheio, cheio dessa mesma gente diferente que caminhava pela Praça da Sé. Mas era divertido, era legal estar naquele aperto, não alcançava nenhum corrimão e me segurava firme a minha mãe até chegarmos à estação Tatuapé, na qual pegávamos uma lotação e eu pedia para gritar o “próximo desce!” quando chegava ao ponto da Avenida João XXIII. Certo dia o centro da cidade passou a ser chamado por mim apenas por “centro”. Até que descobri um lugar com mais pessoas diferentes ainda, a Avenida Paulista, cenário dos encontros com os amigos, das baladas, noites na rua e todos os passeios de final de tarde. Os domingos passaram a ser divididos entre a Vila Carrão e o Parque do Ibirapuera, bem ali, pertinho de onde nasci. Familiarizava-me tanto com aquele lugar, aquela calmaria em meio ao arranha céu. Aquele lugar cheio de cor e de gente diferente também. As segundas pertenciam ao Tatuapé, ao dogão da Romero no intervalo do cursinho e à calçada da Tuiuti onde passava as últimas aulas cabulando com toda aquela gente diferente. Quando cresci um pouco mais, passei a frequentar o centro sem a roupa confortável e sem o tênis para caminhada. Eles deram lugar à sapatilha e a roupa social. De repente, como num piscar de olhos, eu ia ali não mais para passear, eu estava ali para trabalhar, eu estava ali porque pertencia a esse lugar como todas as outras pessoas diferentes que passavam por mim em 1998. E hoje, 21 de Outubro de 2014, por pertencer a esse lugar, por ser uma dessas pessoas diferentes que caminham nas ruas iguais do centro e voltam de metro pra casa, eu me sinto, cada vez mais uma verdadeira paulista. Uma paulista que se emociona ao ouvir Sampa na voz de Caetano Veloso, que brinca que Não Existe Amor em SP quando compartilha uma notícia ruim. Que se revolta quando vê uma pessoa jogando lixo na rua da minha cidade, que tem orgulho de dizer Porra Meu! Que continua pegando esse mesmo ônibus pendurado por fios em direção a Praça da Sé. Que ama o Centro, ama a Paulista, ama a Vila Formosa, a Mooca e a Avenida Ibirapuera. Que a garoa rasga a carne. Porque és o avesso do avesso do avesso do avesso. É a minha cidade, é o lugar onde nasci, cresci e quero viver os meus últimos dias. É São Paulo. A cidade que cresce. A cidade feia e bonita que acode tanta gente, tanta gente diferente. Assim como você. Eu te amo, SP.


 
 
 

Comments


© 2015. Desenvolvido por: Mayara Almeida

bottom of page